Através deste Blog pretendemos estimular professores e alunos a refletirem sobre o porquê e o para que utilizar as novas tecnologias, oferecendo os instrumentos tecnológicos como meios para desenvolver atividades significativas e refletir sobre diversos temas que fazem parte de sua prática docente ou discente. Além de tudo levar, um pouco mais de informação.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Aprender divisão é mais que dividir
Não
basta ensinar o algoritmo. A garotada precisa analisar os termos da operação,
inclusive o resto. Muitas vezes, ele faz parte da resposta
Tatiana
Pinheiro (novaescola@atleitor.com.br)
Você
sabe que as crianças lidam com a divisão no dia a dia desde a Educação
Infantil. Por exemplo: para distribuir 6 balas para 3 colegas de maneira que
todos ganhem a mesma quantidade, elas usam estratégias como desenhar os doces e
os amigos e traçar linhas, contar nos dedos, montar tabelas para relacionar os
dados ou fazer somas sucessivas.
As
dificuldades com a operação começam quando aparece a conta armada - a estrutura
dela não revela de modo claro outras operações utilizadas durante o processo: a
multiplicação e a subtração. É preciso, então, ir além do algoritmo. Ao
considerar os modos de resolução dos estudantes e apresentar questões que
envolvem mais que a resolução dos cálculos, a turma é desafiada a explorar a
quantidade global envolvida e não somente o valor posicional dos números.
Para
trabalhar com a garotada de 4º e 5º anos, duas atividades são essenciais: o
estudo das relações entre os termos da divisão e a análise do resto. Confira
como cada uma delas deve ser encaminhada.
Estudo das relações entre os termos
Proposta
que vai além de mostrar aos alunos que o quociente multiplicado pelo divisor e
somado ao resto equivale ao dividendo (q x d + r = D). O objetivo é apresentar
problemas como o do quadro na página seguinte. Eles foram resolvidos por alunos
do 5º ano da Escola Projeto Vida, na capital paulista. A tarefa solicitada não
é calcular, mas analisar os valores para que a relação entre eles faça sentido.
"As crianças podem começar testando diversos números e conferir a validade
deles montando a conta, para depois sistematizar o aprendizado. Aí a regra faz
sentido", explica Ana Maria Hungria, professora da turma. Com o avanço no
domínio dessas relações e dos papéis de cada termo, Mercedes Etchemendy e Paola
Tarasow, pesquisadoras argentinas especialistas em Didática da Matemática,
sugerem apresentar à meninada questões como esta: "Proponha uma conta de
dividir em que o divisor é 45 e o resto 12. Existe apenas uma? Ou mais? Por
quê?". O objetivo, nesse caso, é compreender que, para achar o dividendo,
é necessário conhecer o quociente, mas, como não há restrições ao valor dele, é
possível usar qualquer número inteiro positivo - e, portanto, as soluções são
infinitas (D = 45 x 0 + 12, D = 45 x 1 + 12, D = 45 x 2 + 12 etc.). Outro
exemplo: "Proponha uma conta de dividir em que o divisor é 5 e o quociente
é 12. Existe apenas uma? Ou mais?" Para reponder, os alunos precisam levar
em conta que o resto só pode assumir os valores 0, 1, 2, 3 e 4, pois tem de ser
menor que o divisor. Levando isso em conta, as possibilidades são cinco (D = 5
x 12 + 0 = 60; D = 5 x 12 + 1 = 61; D = 5 x 12 + 2 = 62; D = 5 x 12 + 3 = 63, D
= 5 x 12 + 4 = 64).
Análise do resto
Atividade
para a turma aprender como lidar com o termo em questão, que faz parte da
resposta, tal como o quociente. Muitas vezes, as crianças o desconsideram e dão
o problema por terminado, inclusive quando ele é maior que o divisor e ainda
pode (e deve) continuar sendo dividido. Nos anos finais do Ensino Fundamental,
o professor precisa discutir com a turma o contexto do problema apresentado. É
ele que vai determinar se o que sobrou pode ser dividido em partes menores (no
caso de dinheiro, chocolates, maçãs etc.) ou não (quando se trata de pessoas,
figurinhas, bexigas etc.). Na maioria das vezes, as crianças não consideram
esse detalhe e apresentam como resposta só o quociente. Para desestabilizá-las,
Ana Maria apresenta questões como as do quadro da página seguinte. Elas também
foram resolvidas pela turma do 5º ano. A primeira obriga os estudantes a
encontrar uma forma de dividir o dinheiro que sobra, ainda que ele seja menor
que o divisor. A solução é transformar o resto em centavos e agregá-los ao
quociente. Já o segundo problema requer não só resolver o cálculo, mas
considerar que o resto influenciará na resposta, já que o contexto tem a ver
com o transporte de pessoas. "As que restam (20) farão parte da 4ª viagem,
sendo que 3 serão realizadas com a capacidade máxima do elevador", diz Ana
Maria. Para seguir com o trabalho, Mercedes e Paola dão outra sugestão: "A
escola recebeu 87 lápis para serem distribuídos igualmente a 23 alunos. Quantas
unidades ainda são necessárias para que todos recebam a mesma quantidade e não
sobre nenhuma?" Para resolver a questão, é preciso relacionar o resto ao
divisor. Dividindo o total (87) pelo número de alunos (23), restam 18 lápis.
Para formar um novo grupo de 23, bastam mais 5 unidades.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/aprender-divisao-mais-dividir-679990.shtml?page=0
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/aprender-divisao-mais-dividir-679990.shtml?page=0
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Esmeralda brasileira gigante é disputada em processo de US$ 372 milhões nos EUA
Uma
esmeralda gigante descoberta na Bahia é o objeto de uma disputa
judicial em Los Angeles, Estados Unidos, onde um juiz está analisando o
caso para decidir a quem ela pertence. A pedra de 360 kg, um dos maiores
minérios preciosos já escavados do mundo, é avaliada em US$ 372
milhões. Uma das partes do processo, Anthony Thomas(foto
D), diz que comprou-a por US$ 60 mil de um negociante de pedras
preciosas na Bahia pouco após ela ser descoberta, em 2001. Thomas alega
que, após fazer os devidos acertos para despachá-la para os Estados
Unidos, foi enganado e levado a crer que a esmeralda fora roubada. A
esmeralda reapareceu pouco antes do Natal do ano passado. E pelo menos
cinco partes reclamam a sua propriedade. Conforme o site Courthouse News Service,
há duas outras versões para o que ocorreu com a peça. Uma delas é do
negociante de jóias Ken Conetto, de San José, Califórnia, que alega ter
acertado com os proprietários originais da esmeralda, Élson Alves
Ribeiro e seu sócio Ruy Saraiva, a responsabilidade por vender a pedra
nos EUA. Segundo o Wall Street Journal,
a peça foi enviada em 2005 para Conetto em San José. De lá, ele enviou a
gema para Nova Orleans, onde julgava ter encontrado um comprador. No
entanto, o furacão Katrina inundou o galpão onde a gema estava guardada e
a venda nunca foi concluída. Outra parte no processo alega ter recebido
a gema de um negociante como garantia para uma operação de venda de
diamantes pagos e nunca recebidos. Para saldar o negócio, ele teria
retirado a pedra do depósito em que ela estava guardada e tentava
vendê-la quando a polícia entrou no caso. Uma foto divulgada em 2008
pelo xerife de Los Angeles mostra a pedra bruta, negra, da qual saem
grossos cilindros verdes. Especialistas dizem que minerais como esse, em
estado bruto, são extremamente raros. O juiz do Superior Tribunal de
Justiça de Los Angeles, John A. Kronstadt, disse que tomará a decisão
sobre a propriedade da pedra apenas depois de avaliar uma a uma as
alegações de propriedade da esmeralda baiana.
terça-feira, 3 de abril de 2012
A integração das tecnologias na educação
José Manuel Moran
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância
jmmoran@usp.br
As tecnologias evoluem em quatro direções fundamentais:Do analógico para o digital (digitalização)Do físico para o virtual (virtualização)Do fixo para o móvel (mobilidade)Do massivo para o individual (personalização)Carly Fiorina, ex-presidente da HPackard
A
digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer
informação, por qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A
digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação.
A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos,
previsíveis, determinados.
As tecnologias
que num primeiro momento são utilizadas de forma separada – computador, celular,
Internet, mp3, câmera digital – e caminham na direção da convergência, da
integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valor.
O computador
continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3,
principalmente nos pockets ou
computadores de mão. O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais
agrega valor: é wireless (sem fio) e
rapidamente incorporou o acesso à Internet, à foto digital, aos programas de
comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos, música-mp3) e outros serviços.
Estas
tecnologias começam a afetar profundamente a educação. Esta sempre esteve e
continua presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula,
calendário escolar, grade curricular.
Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola.
E hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar,
obrigatoriamente, para aprender. Há mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante
do peso da organização escolar como local e tempo fixos, programados, oficiais
de aprendizagem.
As tecnologias chegaram na escola, mas estas sempre privilegiaram mais o
controle a modernização da infra-estrutura e a gestão do que a mudança. Os
programas de gestão administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados
à aprendizagem. Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem
arranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os
vários níveis de ensino.
Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada
vez mais fortes. As empresas estão muito ativas na educação on-line e
buscam nas universidades mais agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de
educação continuada. Os avanços na educação a distância com a LDB e a Internet
estão sendo notáveis. A LDB legalizou a educação a distância e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de
atraso, de ensino de segunda classe. A interconectividade que a Internet e as
redes desenvolveram nestes últimos anos está começando a revolucionar a forma
de ensinar e aprender.
As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças
profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam o
conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporalizado. Podemos aprender
desde vários lugares, ao mesmo tempo, on
e off line, juntos e separados. Como nos bancos, temos nossa agência
(escola) que é nosso ponto de referência; só que agora não precisamos ir até lá
o tempo todo para poder aprender.
As redes também estão provocando mudanças profundas na educação a
distância. Antes a EAD era uma atividade muito solitária e exigia muito
auto-disciplina. Agora com as redes a EAD continua como uma atividade
individual, combinada com a possibilidade de comunicação instantânea, de criar
grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem pessoal com a grupal.
A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, atividades
que eram típicas da educação a distância, e a EAD está descobrindo que pode
ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a
flexibilidade e a interação.
Alguns problemas na integração
das tecnologias na educação
A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.
Com os processos convencionais
de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica muito difícil
a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os processos de
aprendizagem à distância. O aluno desorganizado poderá deixar passar o tempo
adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá sentir dificuldade
em acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própria
aprendizagem e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim,
aos poucos, poderão deixar de participar, de produzir e muitos terão
dificuldade, à distância, de retomar a motivação, o entusiasmo pelo curso. No
presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do professor poderá
ajudar a que queiram voltar a participar do curso. À distância será possível,
mas não fácil.
Os alunos estão prontos para a
multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais
claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o
máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que
muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por
isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora.
Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e
não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições
também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as
efetuem. Freqüentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam
as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino.
Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados
não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo
docente.
A maior parte dos cursos
presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na informação,
no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor.
Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na
construção do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o
grupal, entre conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em
parte preparado e em parte construído ao longo do curso.
É difícil manter a motivação no
presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os alunos em processos
participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se limitam à
transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam brilhantemente
produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e, principalmente, de
que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação
teoria/prática. Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente
obter feedback dos problemas que acontecem e procurar dialogar ou
encontrar novas estratégias pedagógicas. No virtual, o aluno está mais
distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato, ou por
um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso à distância
encarece o custo final.
Mesmo com tecnologias de ponta,
ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal
como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na
educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores,
gestores e alunos maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas
curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as
quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. São
poucos os educadores que integram teoria e prática e que aproximam o pensar do
viver.
Os educadores marcantes atraem
não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Transmitem bondade e
competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social, dentro e fora da
aula, no presencial ou no virtual. Há sempre algo surpreendente, diferente no
que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de
comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e virtual,
se tornarão referências necessárias.
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